Fifa divulga processo com Teixeira e Havelange condenados por subornos de R$ 45 milhões
Paulo Passos
Do UOL, em São Paulo
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Sérgio Lima/Folha Imagem
Ricardo Teixeira
No dia em que o Tribunal de Justiça da Suíça divulgou que tornará público os documentos que incriminam João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, suborno, a Fifa publicou os arquivos no seu site. Na decisão do Tribunal de Cantão, na Suíça, divulgada pela entidade máxima do futebol, aparecem os nomes dos dois cartolas brasileiros como condenados por receber propinas, que somadas chegam a 21,94 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões).
A entidade fez questão de divulgar que o nome do atual presidente da Fifa, Joseph Blatter, não aparece no processo. O dirigente era aliado de Havelange e Teixeira e chegou ao poder apoiado pelos brasileiros, em 1998. A aliança, entretanto, ruiu em 2010, quando Teixeira não apoiou Blatter na eleição da entidade.
TEIXEIRA E HAVELANGE CONDENADOS
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Nesta quarta-feira, o Tribunal Federal da Suíça divulgou que os nomes dos acusados por suborno no caso Fifa/ISL seriam revelados. Desde 2010, Teixeira e Havelange tentantavam manter a decisão em sigilo.
Na decisão da Justiça Suíça, Ricardo Teixeira e João Havelange aparecem como os condenados por uma fraude na venda de direitos de transmissão da Fifa para a empresa de marketing suíça ISL. A companhia pagou suborno para os brasileiros entre os anos de 1992 e 2000.
Teixeira ganhou 12,74 milhões de francos suíços, através da empresa Sanud. Outros 7,6 milhões de francos suíços foram pagos a Renford Investments Ltd, com ligação com o Teixeira e Havelange, que recebeu também 1,5 milhões de francos suíços, segundo a Justiça Suíça.
Os pagamentos eram propinas na venda de direitos de transmissão dos jogos das Copas do Mundo. A ISL, que faliu na década de 2000, obtinha com a propina preferência nas negociações com a Fifa.
Em março de 2012, Ricardo Teixeira renunciou a seu cargo executivo na Fifa e deixou a presidência da CBF. Já João Havelange renunciou a cargo vitalício no Comitê Olímpico Internacional, em meio a investigação por corrupção.